Retorno

Volta às aulas é marcada por adaptações na rede municipal

Nesta terça-feira, 92 escolas retomaram atividades do segundo semestre letivo; oito instituições enfrentam problemas estruturais

Foto: Carlos Queiroz - DP - 24 escolas ainda aguardam reparos a serem realizados

Cerca de 28 mil alunos da rede municipal de educação voltaram às salas de aula nesta terça-feira (1º) para a reta final do ano letivo de 2023. Das 94 escolas públicas, duas não tiveram a retomada normal por conta de problemas estruturais. Nas demais, o momento foi de ansiedade dos estudantes pelo retorno e, em muitas delas, também foi marcado pelas adaptações aos estragos causados pelo ciclone de 20 dias atrás.

Das 49 escolas atingidas pelos temporais, a Prefeitura afirma que 25 já receberam as reformas necessárias e as demais ainda aguardam por reparos, mas não sofreram impacto no calendário letivo. É a situação da Escola de Ensino Fundamental (Emef) Ministro Fernando Osório, nas Três Vendas. Com cinco salas interditadas por conta do desmoronamento do ginásio, as aulas retornaram com adaptações. "Há uns dois meses tínhamos feito um restauro no ginásio. Foram repostas as telhas rachadas e quebradas, toda a fiação elétrica foi trocada. Também fizemos uma ação entre amigos para botar rede em toda a volta. Aproveitamos umas duas semanas e veio o ciclone", lamenta o diretor, Maiquel Fouchy. Os espaços próximos ao ginásio precisaram ser interditados por conta do risco de um novo desmoronamento da estrutura.

A disciplina de Educação Física foi prejudicada e diversas turmas estão utilizando espaços alternativos, como a biblioteca e o laboratório de informática, para as aulas. "A gente conseguiu adaptar, diminui um pouco a qualidade, mas o serviço está mantido. Digo que reduz a qualidade porque, na sala de aula, tem mesa, cadeira, tudo normal. Na biblioteca são mesas redondas, mais cadeiras, muda o cenário", observa Fouchy. O diretor explica que a biblioteca era utilizada para reforço de leitura, função que está suspensa enquanto as turmas estiverem usando o local. "A gente perde essas possibilidades complementares", diz ele. Ao todo, quase 700 alunos estão matriculados na instituição.

Avaliação positiva
Apesar das dificuldades e adaptações, a comunidade vê com bons olhos o ano letivo até agora. Os pais Lucas e Caroline Silveira, que têm dois filhos estudando na Emef Ministro Fernando Osório, elogiaram o andamento das atividades no primeiro dia. "Único ponto negativo é que o ginásio caiu", exclama o filho, Nicolas, de 12 anos. Outra mãe, que também tem dois filhos na escola, conta que se preocupou com os estragos, mas não restaram dúvidas para levar os pequenos à aula. "A escola é perfeita, tem a melhor aprendizagem. Eles estão super bem aqui", garante Carla de Ávila.

Já no Colégio Municipal Pelotense (CMP), o pai da pequena Maria Luiza Bandeira, estudante de nove anos, avaliou que, tanto no CMP quanto na Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) em que o filho mais novo estuda, em termos de estrutura e ensino, o primeiro semestre foi satisfatório. "A expectativa agora é terminar o ano bem também, com todo mundo passado", comenta. A estudante do 3º ano do Ensino Médio, Antônia Semper, 17, também pontuou que o ano foi de mudanças positivas no CMP. "Melhorou a estrutura e mudaram as avaliações. Agora não temos boletim, são pareceres. Mudou tudo, é um novo estilo de nos avaliar. Ficou melhor e mais leve", comenta.

No aguardo
Enquanto a maioria das escolas retornou ontem, os alunos da Emef Núcleo Habitacional Getúlio Vargas precisarão esperar para terminar o ano letivo. A escola está interditada desde junho por problemas estruturais. A previsão da Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) é que até setembro os alunos sejam alocados provisoriamente em 14 contêineres para retomar as atividades.

Já a Emef Nossa Senhora do Carmo, na Vila Castilho, foi a única que não retornou especificamente por conta dos estragos do ciclone. Através da assessoria, a titular da Smed, Adriane Silveira, informou que esta semana não haverá aula na escola porque prestadores de serviço estão vistoriando o telhado para orçar a intervenção. "O retorno ao prédio está condicionado à realização dos serviços necessários", informou.


Raio-X
Além das instituições citadas anteriormente, outras cinco escolas do Município também retornaram às atividades deste semestre com interdições por conta de problemas estruturais não relacionados ao ciclone. As escolas e áreas interditadas são, respectivamente:

- Emei João Guimarães Rosa: pátio lateral
- Emei Antônio Caringi: duas salas de aula
- Emei Bernardo de Souza: palco da escola
- Emef Dona Maria Antônia: 2 salas, da direção e secretaria
- Emef Alm. Saldanha da Gama: uma sala de aula, dois banheiros e dois espaços de depósito da escola.

Visão da Prefeitura
Ao Diário Popular, a secretária de Educação, Adriane Silveira, também fez uma avaliação do ano letivo até o momento. Entre as oportunidades, ela destacou o caráter inclusivo de atendimento educacional. "A rede conta com o apoio multiprofissional de cuidadores, professores auxiliares, bem como a implementação do Centro de Intervenção Educacional (Cime), que promove o atendimento qualificado e inclusivo aos alunos com diagnósticos 'atípicos'", avalia. O Centro Tecnológico Educacional de Pelotas e o atendimento em tempo integral em cinco escolas também foram pontos positivos observados pela gestora.

Entre os desafios, Adriane destacou situações de violências no contexto educacional observadas pela Smed, que interferem no processo de ensino-aprendizagem e necessitam intervenção, e também a falta de vagas. "Atualmente possuímos demanda reprimida na Educação Infantil de 3.150 vagas. A meta do Plano de Governo é reduzir em 50% este número até o final do ano letivo de 2023. Para tanto, estratégias como a construção de novas escolas e compra de vagas da rede privada estão sendo pensadas."

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